cedoc.customizado.Resumo | Somos os nossos discursos, que produzem verdades e
instituem nossos modos de existir. Verdades atravessadas
pelas histórias que vão sendo contadas. Histórias que
produzem presente. Presente produtor de modos de ser,
estar, saber e viver no mundo.
Histórias que produzem e transformam, que tornam
necessário desviar os olhos dos “objetos naturais” para
perceber as práticas, bem-datadas, que produzem as
políticas públicas, as políticas de direitos humanos, as
políticas de subjetivação. A história é, sobretudo, um
trabalho que não é tomado apenas por um método, mas
também por uma política do presente que potencializa
outras possibilidades de pensar, por considerar a história
por meio de suas práticas, de um não esvaziamento de
suas forças transformadoras.
Que as verdades contadas, aqui, como memórias e
testemunhos, sejam potentes para reescrevermos nossa
história. De um passado não tão distante e que, por vezes,
coloca-se como presente.
Somos todos afetados pela ditadura e nossas memórias
não podem ser silenciadas. O testemunho traz para o
campo do discurso aquilo que é da ordem do inenarrável,
em uma ação que transforma sofrimentos individuais em
vivências coletivas.
Apresentamos, aqui, testemunhos e memórias de
psicólogas e psicólogos de todo o país. Testemunhos
historicamente marcados por interdições, medos,
imobilizações e isolamentos. As Comissões de Direitos
Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, neste trabalho, fazem dessas memórias potência de falas,
seguranças, mobilizações e vínculos.
Que este se junte a outros projetos coletivos para se
avaliar e repensar o país.
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Coordenador da Comissão Nacional de Direitos Humanos
do Conselho Federal de Psicologia | |