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dc.contributor.authorConselho Regional de Psicologia de São Paulo - 6ª Região
dc.date.accessioned2017-06-06T19:29:31Z
dc.date.available2017-06-06T19:29:31Z
dc.date.issued1981-11
dc.identifier.urihttp://cedoc.crpsp.org.br/1/367
dc.description.abstractO desafio do momento Nos anos 60, quando nossa profissão foi regulamentada, a demanda de psicólogos no mercado de trabalho era maior que o número de profissionais disponíveis. A criação de cursos de Psicologia era uma necessidade que se impunha. Nessa mesma época a pressão social pela abertura de maiores oportunidades aos jovens que tinham o direito de frequentar a universidade também era muito grande. As vagas eram limitadas,em todas as carreiras: o ensino era elitista, nada tendo a ver com a realidade. O ensino superior havia que ser repensado, como de resto se pretendia fazer com toda a organização social, discriminatória e inadequada. A partir de 1964, contudo, o que se vem tentando é reorganizar a sociedade, mas com outros pressupostos. O poder, de acordo com esses pressupostos, deve permanecer em mãos de uma minoria "iluminada", que se julga capaz de fazer vigorar um capitalismo assumido, contornando as contradições que o sistema traz em si mesmo através do emprego da repressão dura ou de medidas aparentemente democratizantes mas que mantenham a essência do modelo escolhido. Foi o que se fez com a universidade. Abafados os movimentos estudantis, tratou-se de ampliar o número de vagas, elevando-se de um para três por cento a quantidade de estudantes que chegam a um curso superior. Só que a forma adotada para a expansão foi tornar o ensino um bom investimento, capaz de atrair os capitalistas pela perspectivas de lucros fáceis. Debilitaram-seas instituições sérias focos de indesejável reflexão — e incentivaram-se as indústrias de diplomas. A qualidade do ensino equipara as faculdades, hoje, a verdadeiros colégios de segunda categoria, descaracterizada a universidade como núcleo de desenvolvimento de uma cultura critica voltada para os interesses da coletividade. E vieram aos montes as novas escolas de psicologia, como todas as outras /lançando levas de novos profissionais num mercado saturado e sem condições de viabilizar economicamente a demanda reprimida. Dentro desse contexto è que ainda mais se beneficia o capital. Com o excesso de profissionais à busca de oportunidades, os salários tendem a ser cada vez mais baixos. As reivindicações por melhores condições de trabalho e por remuneração pelo menos mais digna são abafadas pelo fantasma do desemprego e pelos que batem às portas das empresas, prontos a ocuparem as vagas que surgirem, sem maiores exigências. É cada vez mais frequente, nas empresas, o impedimento da reflexão por parte dos profissionais e de sua associatividade para as questões pertinentes ao seu dia-a-dia. O que se levanta hoje é, então, a necessidade de a categoria se inteirar da sua condição cada vez mais característica de trabalhadores que dependem do emprego para subsistirem e para colocarem em prática os serviços para os quais foram .treinados. Essa perspectiva è que nos permite definir e compreender o papel das entidades que procuram organizar os trabalhadores da Psicologia, como è o caso do CRP. É preciso uma atuação lúcida e corajosa no sentido de fazer valer o direito ao trabalho. Ampliar as oportunidades, lutando contra discriminações e formando ao lado da população que se vê privada do acesso aos benefícios da ciência psicológica. Garantir aos que estão trabalhando a segurança e a estabilidade permanentemente ameaçadas pela ganância dos empregadores, contra a rotatividade e contra o aviltamento salarial. Desenvolver as respostas que a própria Psicologia pode oferecer como contribuições para solucionar os problemas ligados ao sofrimento humano. A atuação do CRP-06 no episódio da demissão se professores-psicólogos e supervisores do curso de Psicologia das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo, deve ser entendida por esse prisma. Há que se exigir os direitos dos que trabalham. As vagas por eles deixadas, quando demitidos, não representam reais oportunidades para os que venham a substitui-los: a prazo curto serão estes os próximos a serem ceifados. A manobra dos tubarões do ensino superior desconsidera a dignidade profissional dos psicólogos, pela forma como brincam com a vida dos professores e supervisores (admitindo e demitindo ao seu belprazer, pelo salário que quiserem) e, mais do que isso até, pelo desprezo que demonstram para com a sociedade, formando psicólogos cada vez mais despreparados. Torna-se assim patente, ao nosso entender, a necessidade de a categoria se aglutinar para refletir sobre a sua condição e de encontrar as formas de ação que venham a garantir um posicionamento significativo frente a estas questões. Se assim não for, permaneceremos Inertes e marginalizados ante as exigências do nosso tempo, bem como coniventes com a situação de exploração que degrada.pt_BR
dc.subjectFaculdades Metropolitanas Unidaspt_BR
dc.subjectEnsino Superiorpt_BR
dc.subjectEducaçãopt_BR
dc.subjectInformatizaçãopt_BR
dc.subjectAdministraçãopt_BR
dc.subjectPsicanálisept_BR
dc.subjectSistema Prisionalpt_BR
dc.titleJornal do CRP / 06 / Demissões de psicólogos nas FMU provocam reações na categoriapt_BR
dc.typeJornalpt_BR
cedoc.customizado.Número06
cedoc.customizado.ÁreaCOMUNICAÇÃO SOCIALpt_BR
cedoc.customizado.ProcessodeTrabalhoProcessos de Comunicaçãopt_BR
cedoc.customizado.LocalSão Paulo


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