Jornal do CRP / 06 / Conselhos entram na justiça para anular a Lei 6.994
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Área
COMUNICAÇÃO SOCIALProcesso
Processos de ComunicaçãoDate
1983-01Author
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - 6ª Região
Metadata
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EDITORIAL
Eleições no CRP-06
Neste ano deverão realizar-se eleições
para renovação do CRP-06. Ao
mesmo tempo que permite a expressão
da organização política dos eleitores, a
realização de eleições possibilita também a oportunidade para o avanço
dessa organização. É o caso da sociedade
brasileira atual: independente dos
seus resultados, as eleições de 15 de
novembro significaram um passo a
mais na retomada dos direitos políticos
dos brasileiros.
Qual é o significado, hoje, de eleições
no âmbito do CRP? Para responder
a esta questão é necessário considerar
a sua história e a situação atual
dos psicólogos. Instalado em 1974, o
CRP-06 teve sua primeira eleição em
1977, na qual não houve disputa: apenas
uma chapa se inscreveu. Em 1980
houve pela primeira vez uma disputa
eleitoral, da qual saiu vitoriosa a então
chapa de oposição. O que propiciou a
significativa vitória da "chapa 2" foi
uma plataforma de trabalho que priorizava
dois aspectos: a democratização
do CRP através da participação
contínua dos psicólogos e o fim do
imobilismo até então predominante.
Até então, o CRP vinha tendo uma
ação quase exclusivamente burocrática,
limitando-se a cobrar anuidades,
fornecer documentação profissional e
comemorar formalmente o Dia do Psicólogo!
Após haver tomado posse, os
atuais conselheiros dedicaram-se à tarefa
de conhecer o funcionamento burocrático
do CRP, que mostrou ter dimensões
assustadoras. Após esse
período, podem-se desenvolver as propostas
de participação e organização
dos profissionais, através dos diferentes
grupos de estudo e comissões de
trabalho.
Nesse sentido, o CRP tem-se mostrado
como um importante instrumento
de organização da categoria profissional
dos psicólogos. Mas também, às
vezes, o fato de ser uma autarquia ligada
ao Estado tem limitado as possibilidades
de sua atuação, seja por excesso
de procedimentos burocráticos, seja
por sua vinculação com o Ministério do
Trabalho, que o prende através de um
emaranhado de dispositivos legais e limita
sua autonomia.
As condições de trabalho dos psicólogos
encontram-se deterioradas em
função da recessão econômica imposta
ao País. Nesse sentido, os psicólogos
sentem, como os demais trabalhadores,
as agruras do desemprego e do
subemprego e do achatamento salarial.
Não há perspectiva de uma mudança
desse quadro a curto prazo, como
também não é possível qualquer
mudança que beneficie apenas as categorias
profissionais especificas. A retomada
do nível de emprego dos trabalhadores
surgirá pela organização
política dos setores da sociedade civil,
através da qual se poderá alterar o perverso
modelo econômico que penaliza
os brasileiros.
Nesse sentido, as próximas eleições
devem significar mais um avanço na
organização dos psicólogos. Essa organização
deve estar inserida na luta
de toda a população por condições
adequadas de vida. Para isso é preciso
que as eleições sejam antecedidas de
debates entre os psicólogos, nos quais
a inserção da categoria nas relações
sociais deve ser considerada. Para os
psicólogos, as eleições do CRP representam
a oportunidade de estruturar
um órgão que deve servi-los. Esses serviços
têm uma dimensão profissional,
relativa à luta pela valorização do trabalho
do psicólogo, mas também uma
dimensão política que se insere na luta
pela melhoria das condições de vida da
população, a qual inclui como variável
importante a questão da saúde mental.
Somente situando o psicólogo no
contexto global das relações sociais, o
CRP poderá aprofundar sua ação como
instrumento dos psicólogos
organizado
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